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terça-feira, 7 de agosto de 2012

A Universidade, O Orçamento, O CRUP e...nós todos!

A Universidade, O Orçamento, O CRUP e...nós todos!

No passado dia 30/07, os jornais difundiram a informação de que as Universidades públicas terão um corte de cerca de 2% nos seus orçamentos para 2013.
Estes cortes foram, segundo o ministério, calculados (o que quer que isto queira dizer) com base numa "fórmula, em que o ano passado (número de alunos inscritos no ano passado) teve um  peso de 15%, e a distribuição histórica, um peso de 85%".
A Universidade de Évora teve a segunda maior redução (4,9%), a Universidade do Algarve foi a que viu o seu orçamento mais reduzido (5,1%), a U. Coimbra p.e. aumentou!

Para além de este corte se somar ao do ano anterior, que foi de 8,5%, verificou-se ainda uma dificuldade acrescida, as instituições tinham que "carregar" na plataforma electrónica os seus orçamentos até ao dia 3 de Agosto sem saberem ao certo o montante a atribuir como despesa com a b-on e as ligações da FCCN.

Por tudo isto, porque a asfixia financeira se está a tornar insustentável, porque não sabem que mais vão ter que pagar, porque a "fórmula" vai ser revista para o ano, porque nunca discutiram com o ministério quaisquer "números", na reunião do CRUP de final de Julho, os Reitores decidiram que não apresentariam os seus orçamentos (leia-se, não os carregariam na plataforma electrónica) sem falar com o 1º Ministro! Não falaram!  Falaram com Nuno Crato (2 horas)! e, (apesar do óbvio "não há dinheiro") parece que  ficou tudo bem, carregaram os orçamentos, e assumiram o corte de 2%!

Ocorreram ao mesmo tempo duas outras notícias:

Baralhados!?
Eu sim; ou seja, o estado envia à Universidades uma dotação orçamental, em face da qual as Universidades elaboram um orçamento, o qual deve ser aprovado pelos respectivos CG; mas este, da Universidade de Lisboa, não aprova!
Não pelo orçamento elaborado pela Reitoria, sobre o qual o CG se deve pronunciar, mas pela dotação orçamental, que é distribuída e decidida pelo governo. O CG só aprova se o corte for 2,1% (ou seja igual à média do corte geral)!
Não sei que consequências teria esta tomada de posição mas de qualquer forma, também aqui ficou, ao que parece, tudo bem: havia "uns erros" nos cálculos, o ministério corrigiu e pronto, está tudo bem!

2- Quase ao mesmo tempo que tudo isto acontecia, ocorreu a assinatura do protocolo de fusão das duas Universidades: a Técnica de Lisboa e a Universidade de Lisboa. 
Na cerimónia o ministro referiu, brevemente, que o modelo fundacional a que 3 Universidades aderiram, será revisto e será proposto um novo modelo que passe por uma autonomia reforçada, como é agora sugerido para as duas Universidades que assinaram a fusão!


Sumarizando:

·      As Universidades sofreram novo corte de 2% (já em 2011 a dotação orçamental para as Universidades Públicas Portuguesas foi, em montante absoluto, ligeiramente inferior à verificada em 2005).

·      A fórmula utilizada este ano vai ser revista para o ano, sem que se saiba algo a esse respeito, para já.

·      A fusão vai em frente, o modelo de financiamento vai ser revisto.

·      O RJIES vai ser revisto.


E a Universidade de Évora!?
Está de férias!?

O Reitor não está com certeza, mas tudo isto tem reflexos profundos, não só no orçamento como no funcionamento!

E importa saber:
·      Com quem foi o assunto discutido?
·      Onde, e como, acomodamos o corte de, aproximadamente, 4,9%?
·      Qual a estratégia para o próximo ano?
·      Mantém-se a intenção de abrir concursos?
·      Que pensa o nosso C. Geral?
·      Que pensam os Directores da Unidades Orgânicas?
·      Que pensa o Reitor?

Será que só temos, e só queremos, respostas em Setembro?

Estamos realmente na "silly season"!

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